A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou de 2,3% para 3% a sua previsão de crescimento do PIB do setor para 2024. Foi o que anunciou Renato Correia, presidente da entidade, em entrevista à imprensa, em 29 de julho.
A nova projeção está baseada nos seguintes fatores:
- a projeção positiva para o crescimento da economia brasileira no ano, de 1,85% no final de março de 2024, para 2,15%, conforme relatório Focus;
- a resiliência do mercado de trabalho nacional, com mais de 1 de milhão de novas vagas com carteira assinada criadas no país até o fim de maio;
- o incremento mais forte do financiamento imobiliário com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
- as expectativas mais positivas dos empresários da construção para novos lançamentos imobiliários, maior geração de emprego e compra de insumos;
- as novas condições do programa Minha Casa, Minha Vida e as expectativas positivas para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento);
- as obras de reconstrução do Rio Grande do Sul, que podem gerar efeito mais positivo no setor.
“Quanto maior for o mercado nacional, melhoram as expectativas para novas aquisições de casas próprias, porque o trabalhador precisa de estabilidade para fazer o seu financiamento imobiliário. Da mesma forma, a boa perspectiva econômica e a previsibilidade das condições de investimento permitem ao empresário planejar e assumir riscos”, afirmou o presidente da CBIC, Renato Correia.
Desafios
A CBIC também elencou os desafios que a indústria da construção deverá enfrentar nos próximos anos:
- reforma tributária que poderá vir a onerar ainda mais o setor;
- sustentabilidade do FGTS (consignados, saque-aniversários e outros);
- falta de mão de obra qualificada e não qualificada;
- altas taxas de juros que reduzem o volume de recursos para o financiamento imobiliário;
- busca de alternativas de fundings para o setor imobiliário;
- custo da construção em patamar muito elevado;
- insegurança jurídica e burocracia (Custo Brasil);
- incertezas no cenário doméstico e internacional.
Na entrevista, a CBIC fez uma apresentação com os indicadores de desempenho do setor no primeiro semestre, destacando a resiliência do setor em face de dificuldades como acesso ao crédito e escassez de mão de obra.
Fonte: CBIC