Novos aumentos da taxa de juros são desnecessários para o combate da inflação e trariam custos adicionais para atividade econômica, com reflexos negativos sobre consumo, produção e emprego.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera acertada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Mesmo assim, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, avalia que a taxa básica de juros pode desacelerar o crescimento da atividade econômica no segundo semestre de 2022 e limitar significativamente o seu crescimento em 2023, quando as previsões para o PIB indicam alta de apenas 0,5%.
Desde março de 2021, o BC tem elevado a Selic para combater a inflação. Os aumentos, que acumulam mais de 11 pontos percentuais, levam algum tempo para começarem a restringir a atividade econômica e, consequentemente, reduzir a inflação.
“A Selic em 13,75% ao ano já era suficiente para manter a desaceleração da inflação nos próximos meses. Principalmente porque essa taxa está muito acima do nível de taxa de juros a partir do qual se inibe a atividade econômica, que foi alcançado ainda em dezembro de 2021”, diz o presidente da CNI, Robson Andrade.
As desonerações tributárias de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, que provocaram deflação em julho e agosto de 2022, reforçam o movimento de desaceleração da inflação.
Além disso, a queda das expectativas de inflação para 2022 e 2023 indicam que a política monetária restritiva tem tido resultado. A expectativa de inflação para 2022, medida pelo Boletim Focus do BC, está em 6%. Para 2023, a expectativa da inflação está em 5%.
Robson Andrade também considera que a taxa básica de juros, no patamar de 14% ao ano, pode desacelerar o crescimento da atividade econômica no segundo semestre de 2022 e limitar significativamente o crescimento em 2023, quando as previsões para o PIB indicam alta de apenas 0,5% – de acordo com Boletim Focus do BC.
Fonte: CNI